5 livros que foram responsáveis por despertar minha paixão pela literatura
Olá leitores do Livreando, tudo bem com vocês ?
Me chamo Amanda e sou a nova colaboradora aqui do blog. Espero que gostem das minhas matérias. Como esse é meu primeiro post, nada mais justo do que trazer uma lista com algumas das obras que me fizeram amar literatura.
Lembro que quando eu estava no ensino fundamental, os chamados paradidáticos eram livros que os próprios professores escolhiam para estudarmos no decorrer do semestre. Como leitora curiosa que sempre fui, eu me recordo de começar a ler os livros antes mesmo do início do ano letivo e embarcar nas aventuras, viajar nas histórias, me enxergar nos personagens. Para mim, era muito mais interessante passar horas lendo a fio do que assistir a algum desenho na televisão.
Pouco a pouco fui me tornando frequentadora assídua da biblioteca do colégio e me tornei amiga da bibliotecária. Pouco a pouco, ela ia entendendo meu gosto e me indicava alguns livros que achava que poderiam me interessar. Infelizmente não recordo mais do seu nome, mas sempre terei boas lembranças dela e serei grata por me tornar a leitora e consequentemente, escritora que sou hoje.
Os meus favoritos eram os livros de autores nacionais da sessão infanto-juvenil. Como todo millenial brasileiro, li uma boa quantidade de livros da coleção Vaga-lume, que com certeza também tem um lugar muito especial no coração de nossos leitores aqui do blog.
Sem mais enrolações, vamos à lista que eu preparei com
muito carinho, abrindo meu coração para vocês e compartilhando as leituras que me transformaram na pessoa que sou hoje:
- A Marca de Uma Lágrima, de Pedro Bandeira
Para essa lista, optei por escolher
apenas uma obra de cada autor para que não ficasse muito repetitivo.
Quando
lembro da minha trajetória literária, com certeza Pedro Bandeira é um dos primeiros nomes que me vem à
mente. Com uma escrita acessível e divertida, bem direcionada para o público
infanto-juvenil; o autor conquistou toda uma geração ao contar a história dos Karas – uma coleção de 6 volumes sobre um grupo de amigos que junto com o detetive Andrade,se envolve em várias aventuras, inclusive internacionais, uma mais emocionante que a outra. Mas dessa coleção eu falarei numa próxima oportunidade,
ou melhor: num próximo post.
A transição da
infância para a adolescência pode ser bem complicada, ainda mais para nós,
mulheres. Nos sentimos estranhas, não conseguimos entender as mudanças do
corpo, e a mudança no olhar em direção ao outro. Eu me sentia confusa e não sabia
com quem conversar, e como os livros sempre foram meu refúgio, corri em direção
à biblioteca. Foi ali, numa tarde fuçando as estantes de maneira aleatória que
eu encontrei o livro A marca de uma
lágrima. O título, junto com a arte da capa despertaram minha atenção e
resolvi ler a sinopse; e foi aí que eu decidi que aquela seria a minha leitura
da semana, que acabou sendo a leitura do dia, de tão rápido que devorei aquelas páginas.
Para quem nunca leu
essa sensível obra, aqui vai um breve resumo: O livro conta a história de
Isabel, uma adolescente que se acha feia e gorda; não era popular na escola,
mas tem ótimas notas e é uma exímia escritora. Certo dia, Isabel vai para a festa
de aniversário de seu primo Cristiano acompanhada de sua melhor amiga Rosana.
Ao chegar na festa, ela percebe que o primo não é mais o menino desajeitado que
ela tinha como memória da sua infância, mas sim que um rapaz muito
atraente e surpreendentemente apaixonante. A partir daí,se desenvolve um triângulo amoroso entre
Isabel, Cristiano e Rosana; enquanto ao mesmo tempo, ocorre um acontecimento
muito estranho na escola e Isabel pode ser a única testemunha de um possível
crime.
A leitura é fluída e o autor consegue
criar um vínculo entre o leitor e a personagem principal. Conseguimos entender
os medos, as motivações e as escolhas de Isabel. Recomendo esse livro para
leitores de todas as idades, todos os gêneros, e orientações sexuais. Todo mundo
já passou por uma fase de entender quem era, aceitar suas transformações, e
essa leitura me traz esse sentimento de que no final tudo vai ficar bem.
Muito obrigada, Pedro Bandeira, pela sua
intensa contribuição para a literatura nacional.
- A Ilha Perdida, de Maria José Dupré
A ilha perdida chegou até minhas mãos por
meio da lista de paradidáticos que a minha professora de literatura havia
escolhido para aquele fatídico semestre. Obviamente, o título despertou minha
atenção, pois esse nome me prometia aventuras de tirar o fôlego, daquelas que
obriga o leitor a devorar página após página, na ânsia de descobrir o
desenrolar dos acontecimentos.
Maria José Dupré foi uma escritora brasileira de
grande renome, conhecida por títulos muito famosos como Éramos Seis, e pela coleção infantil que narrava as aventuras do Cachorrinho Samba. Sua contribuição
para a literatura nacional é inestimável. Dotada de um grande talento,
conseguindo amarrar o leitor por meio de fios invisíveis que conectam suas
palavras, fazendo-o desejar que aquela história nunca termine.
A ilha perdida foi publicado em 1944,
originalmente assinado por Sra. Leandro Dupré (não se sabe se essa escolha foi
da própria autora, da editora, ou se devido ao conservadorismo vigente na época
o próprio marido a recomendou de assim assinar a obra).
Esse clássico que fez
parte da imersão literária de muitas crianças e adolescentes, narra a história
de dois irmãos, de nome Eduardo e Henrique que vão passar as férias escolares na
fazenda de seu padrinho. Lá, eles resolvem explorar uma misteriosa ilha e é a partir daí que a trama se torna ainda mais interessante. O livro retrata a inocência da infância,
resgata valores como amizade e família e também demonstra a relação do homem para
com a natureza. Uma das mais belas obras de Maria José Dupré, não é à toa que é
um dos maiores clássicos infanto-juvenis da literatura nacional.
- O Mistério do Cinco Estrelas, de Marcos Rey
Antes mesmo de ler o
mistério do cinco estrelas, eu já havia tido contato com livros de temática
aventura policial por meio de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle. Dessa forma, eu já sabia que esse tipo de literatura muito me fascinava e me interessei pela obra de Marcos Rey.
Assim como A ilha perdida de
Maria José Dupré, o mistério do cinco estrelas foi lançado por meio da série
Vaga-lume da editora Ática, grande responsável pela divulgação de inúmeros
clássicos brasileiros voltados para o público infanto-juvenil.
Marcos Rey, cujo verdadeiro
nome era Edmundo Donato, era filho de um gráfico que trabalhava na editora
Monteiro Lobato. O pai sempre incentivou aos filhos que cultivassem o hábito da
leitura, e não é à toa que Edmundo (Marcos Rey) e seu irmão Mário Donato, se
tornaram grandes escritores.
A trama do livro se passa
num luxuoso hotel cinco estrelas localizado na cidade de São Paulo, de nome
Emperor Park Hotel. O protagonista da história é Leo, um jovem mensageiro que
trabalha no hotel. Num dia aparentemente
comum, Leo vai até o quarto do Barão, um antigo e respeitado hóspede com o objetivo de entregar um jornal, e ao olhar pela porta jura ter visto um cadáver no quarto. Mas
ninguém acredita na palavra do mensageiro, a não ser seus fiéis amigos Gino,
Ângela e Guima. É a partir daí que se inicia a empreitada do grupo de amigos para
provar que Leo estava falando a verdade e responder à seguinte pergunta: O que
realmente aconteceu no hotel cinco estrelas?
Uma leitura viciante que
consegue equilibrar mistério, humor e aventura na medida certa.
- Pedro Médio e Rita Doce, de Telma Guimarães Castro Andrade
Eu li Pedro Médio e Rita Doce numa fase
em que estava começando a entender o que era me apaixonar, e essa leitura foi
fundamental para que eu entendesse e aceitasse com leveza esses novos
sentimentos.
Telma Guimarães Castro Andrade começou
sua vida profissional como professora, e depois passou a se dedicar
exclusivamente à literatura. Ela conta mais de 170 títulos infantis e juvenis
publicados por mais de 10 editoras diferentes.
Na obra aqui citada, a autora nos
presenteia com um uma história sobre a descoberta do amor entre dois jovens com personalidades muito diferentes. Os
personagens da história: Pedro e Rita, também estão presentes em outras obras
da autora como O diário (nem sempre)
secreto de Pedro, e Rita-você-é-um-doce.
A história se passa no acampamento Vila Feliz, onde Pedro vai a contragosto passar
as férias e Rita vai para trabalhar como monitora a fim de descolar uma
graninha a mais. Lá, os personagens acabam se conhecendo, vão cultivando uma
amizade e descobrindo sobre seus sentimentos.
- O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro Vasconcelos
Por último, mas não menos importante, eu
não poderia deixar de citar esse clássico da literatura brasileira que marcou
toda uma geração. Na verdade, ouso dizer que marcou e continua marcando novas
gerações. Esse romance publicado originalmente em 1968 já foi traduzido para
mais de 50 idiomas e já foi adaptado para filme, telenovela, e até mesmo uma
versão em quadrinhos.
O livro nos apresenta a Zezé, um menino
de seis anos que vive numa família pobre e passa por muitas dificuldades. A
história é importante porque ao contrário de muitas obras da literatura
infanto-juvenil, que investem em histórias mirabolantes e fantasiosas; aqui a
realidade é muito forte. Apesar da pobreza e dos problemas familiares, Zezé
enxerga o mundo de uma maneira lúdica, encontrando felicidade e ensinando que
por mais difícil que uma situação seja, é possível superá-la. O livro explora a
inocência da infância, e mostra a transitoriedade dos acontecimentos. Em meio
às dificuldades, Zezé encontra em refúgio em sua imaginação.
Uma obra tocante, necessária, para que
mesmo na vida adulta possamos enxergar esperança assim como Zezé teve quando
Minguinho, como carinhosamente apelidara seu pé de laranja lima, brotou sua primeira flor branca.
Finalizo esse post com uma frase de Pedro Bandeira:
Concordo completamente com a frase acima. Durante muitas fases da minha vida, a literatura foi fundamental para me trazer esperanças, me permitir esquecer os problemas por alguns instantes, e saber que eu não estava sozinha. Sonho com o dia que irei publicar meu primeiro livro, e trazer esperança para algum leitor. Mas não é necessário ter um livro publicado para ser considerado um autor, e enquanto estou aqui compartilhando minhas ideias, já me sinto uma autora, e isso me completa.
Gostaram desse post? Já leu algum desses livros? Deixe sua opinião aqui nos comentários .
Um grande abraço, da mais nova colaboradora do Livreando <3
3 comentários
Oláaa! Quando vi a capa desse livro no início do post, eu sabia que precisava vir aqui comentar. Eu amo demais A marca de uma lágrima, foi um dos primeiros livros que li, e foi amor à primeira vista. Li uma trocentas vezes. Outro que eu acho que contribuiu muito pra minha vida de leitura foi O clube dos 7, que eu também amo demais!
ResponderExcluirBeijo
https://www.capitulotreze.com.br/
Oi Amanda, tudo bem?
ResponderExcluirSeja bem vinda!
Nossa, eu amo/sou a coleção Vaga-Lume, também me marcou demais. O que eu mais gosto é O Caso da Borboleta Atíria.
Dos que você citou, o meu preferido é Meu Pé de Laranja Lima. Sempre releio e NUNCA saiu da minha lista de favoritos. Maravilhoso.
Beijo!
https://www.roendolivros.com.br/
Marcos Rey e Pedro Bandeira, icones de varias gerações de adolescentes. Amo de paixão. Li um com 12 e o outro com 15 anos e marcaram tanto minha vida que quando minha filha mais velha fez 12 anos comprei ambos pra ela. Não foi diferente de nós e ela amou tambem. Gostei muito do seu post. Bjs, Myl
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