[Crônicas de Domingo] As marcas da dor - Mariane Helena
“Não é o evitar o
sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar
a tribulação e nela amadurecer [...].”
Papa Bento XIV
A dor se
apresenta de múltiplas formas e em vários aspectos da nossa vida. Durante o
caminho da existência, sentir dor é algo inerente a todos nós. Não é apenas
“mérito” de alguns. E a dor é algo tão peculiar, pois para cada um, revela-se
de um tom, de um jeito e com uma missão.
A dor não
existi como um “castigo” de Deus para com o homem. Também não é apenas um
simples trampolim para uma outra vida. Ela é um propósito! Tem seu próprio
caminho. Por tanto é preciso olhar a dor do lado de fora, do lado da oportunidade.
Oportunidade de aprender; de crescer; de sair da mediocridade... Oportunidade
de si reconhecer através dela. Vendo de outros ângulos, você compreende o valor
que essas arrestas terão no seu futuro.
Todos nós
passamos por momentos de hesitação e insegurança. Não há quem não sinta medo e
ansiedade em determinadas situações (que tem a dor como protagonista), como: a
morte, a doença, a perca, a ausência, o desamparo, as limitações... Não há quem
não se desespere diante de certos estímulos da dor (dor física, dor da alma,
dor psíquica); pois possuímos fragilidades. Só não as reconhecem aqueles que
não são capazes de viajar para dentro de si mesmo.
Há lágrimas
úmidas, lagrimas seca, lagrimas duras, lágrimas pesadas; lagrimas que cortam...
há lágrimas que gritam silenciosamente. Uns exteriorizam e vivem suas dores,
outros, numa atitude inversa (afinal quem não quer fugir da aparência da dor?),
Decidem fugir dela! Guardá-la “debaixo do tapete” e não mexer mais com ela,
para evitar a dor. Esse é o principal fator que prolongam e atrasam o trajeto
entre a dor e a cura.
A dor é como
a torrente de um rio. Ela precisa seguir seu curso e tentar barra-la realmente
será inútil! E essa força que aparentemente arrasa com tudo, nos deixa marcas .
Marcas que só farão sentindo na posteridade, pois ela nos faz forte!
A dor nos
torna grandes e resilientes. Nos possibilita sair da superficialidade, nos leva
a uma imersão pessoal tão profunda , que sem ela são seria possível.
Vivenciando-a
até o fim, com honestidade e com um olhar descoberto para cada dor, só assim
entenderemos o “pra quê?” por detrás de cada uma delas; propiciando o
crescimento e levando-as para um passado que não voltará mais, pois já foi
vencido e vivido.
Mariane
Helena
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