[Crônicas de domingo] O que aprendi com as borboletas
Hoje
pensando na vida, no que fiz dela e o que ela fez de mim; parei para notar o
porquê me sinto tão semelhante às borboletas... E qual o encantamento existe em
seu revoar.
Olhei
para dentro de mim e me fiz perguntas a fim de encontrar uma razão para minhas
escolhas, e identifiquei que realmente somos muito parecidas!
Passei
a vida toda rastejando às margens de mim, buscando nas simples folhas secas, um
porto... Algo que preenchesse o vazio da solidão e a dor de lentamente buscar
caminhos, que não me tiram do chão!
Hoje percebo que o
mal não vinha do rastejar; mas sim, do medo que eu permiti me anular durante
anos...
Resisti a fortes ventos, chuvas, ao sol escaldante, e prevaleci até o dia que a revolução começou em mim: A MINHA METAMORFOSE!
Enclausurada,
queria desesperadamente me libertar... voar... Ir alto! Ter a possibilidade de
ir para qualquer lugar... Ganhar o mundo! Nem se quer imaginava o quanto
doeria.
E
assim voam os meus pensamentos, ao fitar meus olhos em uma borboleta que pousou
num canto da minha parede. Compreendi
que nunca busquei de fato ser livre; queria apenas ter asas para encontrar um
lugar melhor para chamar de lar!
Lutei
e passei por tantas dores (emocionais e físicas) para conseguir um abrigo...
Para exibir minhas cores. Quanta tolice! A borboleta apenas segue seu ciclo.
Mesmo após tanto penar, ela docemente aceita viver sua plenitude. Mesmo que por
pouco tempo; ainda sim realiza seu show em silêncio e sem aplausos, pois nada
vale mais do que asas!
Perceber
que ser livre requer de nós o preço da responsabilidade da escolha e também por
muitas vezes o peso da solidão. Isso me fez ver, que querer ser borboleta
mostra o quanto sou corajosa.
Rompendo
o meu casulo, fazendo o que tenho que fazer (seguindo o ciclo da vida) apesar
do medo existente no “não saber” o que me espera do lado de fora, por dentro
vou florescendo, na ânsia de me conhecer e me abrigar.
“Portanto, decido voar!
Encarar a solidão que viver na ânsia de que minha dor seja apenas uma sonolenta
borboleta; pois voar impetuosamente pelo arco-íris é o meu mais ardente querer.”
Mariane Helena
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